No dia internacional da mulher, a história de Carolina Macedo ganhou destaque e merece ser contada pelo site Bisbilho MS


Ela perdeu o pai e a mãe em um acidente de carro quando tinha 3 anos de idade. Moradora da cidade de Campo Grande, no bairro Jardim São Conrado, Carolina Macedo Sandim, e os seus dois irmãos, Mario Igor Sandim de 7 anos e Mateus Sandim de um ano, na época, precisaram ser criados pela avó materna, dona Maria, que reside há mais de 40 anos no bairro Tiradentes.
A dor para quem perdeu quem amava era dupla, tanto para os netos, quanto para a avó que perdeu a filha e o genro. Em meio a ausência e as lágrimas, para ambos a vida precisou seguir.
Carolina, bem como seus irmãos, já não tinha nem avó e avô paterno vivos. Do lado materno, o avô também já era falecido. A figura dos personagens ausentes precisou ser encontrada nos tios, amigos e parentes próximos.
Desde a infância, datas comemorativas, como dia das mães e dos pais, sempre era um martírio, pois na escola, durante o momento em que faziam às homenagens, por mais que a avó estivesse lá, a figura dos genitores era sempre desejada.
Mesmo sem entender as razões porque a vida permite que coisas trágicas aconteçam, após a morte de seus pais, ela continuou avançado e precisando ser forte.
Com a idade de 17 anos, quando ainda era estudante do ensino médio, Carolina conheceu alguém que pareceu ser o amor de sua vida. Para não o identificar, vamos chamá-lo pelo nome fictício de Aguiar.
Ele era jovem, 19 anos e dizia amar Caroline. Talvez por ter sentido a ausência de amor à medida que desejou, a jovem viu no rapaz, alguém que de algum modo preencheu determinadas lacunas existentes.
Mas a história de amor, ganhou adversários, entre eles, a avó. Não tendo simpática pelas condições que o rapaz apresentava, advertiu Carolina de que o namorado não era uma boa opção.
Iludida pelo amor, mesmo assim, a moça decidiu arriscar e se casou com o Aguiar. Do fruto do relacionamento nasceram duas meninas. Mas o que parecia ser a realização de um sonho, não demorou muito para se transformar num pesadelo.
Viciado em drogas e consumo no de álcool, Aguiar passou a agredi-la quase todos os dias. Além da violência física, a verbal não deixava de ser pior.
Mesmo diante violência que sofria, Carolina lutou. Suportou momentos difíceis com as duas filhas, até que exausta, e sem ver a possibilidade de mudança no companheiro, pediu o divórcio.
Mas como em muitos casos no Brasil, a decisão ganhou resistência por parte de seu marido, que tinha sobre ela uma questão de “posse”.
Após decidir que a relação era um caminho sem volta, mesmo fora o ex-companheiro já estando fora de casa, Carolina não teve paz. Logo passou a sofrer ameaças constantes de morte. Foi então que tomou a iniciativa de denunciá-lo, solicitando medida protetiva e até mesmo a prisão do autor.
Contudo, muitos problemas continuaram a existir. Além de ter que conviver com medo, dificuldades pela falta de assistência afetiva e auxílio financeiro por parte do ex-companheiro para com as filhas, passou a ser um fato que não era possível desconsiderar.
Sem participar efetivamente dos crescimentos das filhas, Carolina teve que se desdobrar e assumir o papel duplo, o de mãe e o de pai. No meio do caminho espinhoso, a jovem relata que pensou em desistir, pois olhando para os desafios, tudo lhe parecia complexo demais.

Mas, mesmo com poucas forças, tendo as filhas para criar, ela não desistiu. Atualmente ela trabalha numa casa de bolo. Entra às 5h da manhã, mantém a casa com o salário que ganha. Ela relatou que ainda sonha encontrar um amor verdadeiro que queira dividir a vida com ela e com suas duas filhas.
Redação Bisbilho MS
2 Comments
Maycon smith
08/03/2023 at 11:56Que orgulho de você
Jana
08/03/2023 at 13:40Nosso orgulho de ter uma mulher tão forte quanto vc prima