Áreas em situação de alerta para infestação do Aedes Aegypti tiveram redução de 70% na Capital
Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRaa) divulgado pela Coordenadoria de Controle de Endemias Vetoriais (CCEV), da Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande (Sesau), aponta uma redução na quantidade de áreas em situação de alerta em comparação com o último levantamento de junho, saindo de 18 para cinco com índice de infestação superior a 1% a 3,9%, o que representa uma redução 72%.
Das 71 áreas que compõem o Levantamente, 66 aparecem com índices considerados satisfatórios – abaixo ou igual a 1% de infestação. Apenas as áreas das respectivas unidades de saúde dos bairros Vila Carvalho, Vila Corumbá, Mário Covas, Botafogo e Silvia Regina continuam em alerta, com índice de infestação de 1% a 3,9%.
No LiRaa divulgado junho, 18 áreas apareciam em alerta e 53 em situação satisfatória. Nos dois últimos levantamentos nenhuma área apareceu com índice considerado de risco. É possível acessar os levantamentos completos junho de 2022 e agosto de 2022 clicando nas respectivas datas.
O secretário José Mauro Filho destaca que a redução nos índices de infestação e de casos das árboviroses deve ser comemorado, mas é preciso que todas a população continue colaborando.
“Isso mostra que nossas ações têm feito a diferença. Temos trabalhando diariamente para evitar que o nosso Município e nossa população sofra ainda mais com as doenças transmitidas pelo mosquito (Aedes aegypti), como a dengue, zika e chikungunya. No entanto, isso não sifnifica que a gente pode relaxar agora. Temos que continuar atuando e contando com a colaboração da população para reduzir ainda mais esses índices”, destaca.
O secretário chama a atenção para o fato de 80% dos focos ainda serem encontrados dentro das residências, em objetos passíveis de descarte na coleta de lixo comum.
“Diferente do que muita gente pensa, a maioria dos focos do mosquito está dentro do nosso lar. Naquele vaso de planta que fica no fundo de quintal, na calha entupida e em materiais inservíveis jogados no quintal. Portanto é preciso que isso sirva de alerta para a população e que todos nós tenhamos consciência. O poder público faz a sua parte, mas é extremamente necessário o envolvimento de todos nesta batalha”, disse.
Os casos dengue, doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypty, têm se mantido estáveis em Campo Grande. Há dois anos o Município não enfrenta uma epidemia da doença.
De 01 de janeiro ao dia 09 de agosto de 2022 foram registrados 12.721 casos notificados de dengue e sete óbitos provocados pela doença. No mês de julho foram notificados 641 casos, o que representa uma redução de 65% em relação ao mês anterior, onde foram notificados 1.866 casos da doença.
Em 2019, Campo Grande registrou 44.871 casos e oito óbitos provocados pela dengue. À época, a Prefeitura realizou uma força-tarefa batizada “Operação Mosquito Zero”, envolvendo a sociedade civil organizada e todas as secretariais municipais. Foram realizadas ações de manejo nas sete regiões urbanas e distritos do Município para conter o avanço da doença.
No ano seguinte, 2020, os casos caíram pela metade, resultado do trabalho executado. Em todo o ano, foram 20.198 notificações e 7 óbitos. Mesmo durante a pandemia de Covid-19, os trabalhos de combate ao mosquito Aedes aegypti continuaram sendo realizados, o que levou o Município a registrar uma redução histórica de mais de 90% nos casos em 2021. Em todo o ano passado, a Capital registrou 5.288 casos notificados de dengue e 4 óbitos provocados pela doença.
A redução do número de casos de dengue é reflexo das diversas ações que foram adotadas pelo Município nos últimos anos. Além do trabalho de rotina que é realizado pelos agentes comunitários de saúde e de combate às endemias, o trabalho de manejo foi intensificado neste ano a partir da reedição da campanha Operação Mosquito Zero – É matar ou morrer.
As sete regiões da cidade receberam ações de recolhimento de materiais inservíveis e eliminação de focos. O serviço do Fumacê também foi intensificado. Hoje as equipes percorrem os bairros e regiões mais críticas durante o período diurno (matutino e vespertino) e de madrugada.
Outras estratégias complementares, como o Método Wolbachia, foram adotadas. Os chamados Wolbitos, que são os mosquitos Aedes aegypti com a bactéria capaz de evitar que os insetos transmitam a dengue, zika e chkungunya, já estão presentes em quase todas as regiões da cidade.
Na próxima semana, uma nova metodologia será implementada dentro do método, que é o Wolbito em casa. Campo Grande será a primeira cidade do mundo a realizar a ação.
“Iremos mobilizar 3 mil alunos das nossas escolas municipais para conscientização, qualificação e inclusão no processo de combate às árboviroses. Um projeto que com certeza dará resultados importantes na próxima década no manejo das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti “, finaliza o secretário.
O Método Wolbachia é desenvolvido pelo Word Mosquito Program (WMP) e está presente em 12 países. No Brasil, além de Campo Grande, participam do projeto outras quatro cidades: Rio de Janeiro (RJ), Niteroi (RJ), Petrolina (PE) e Belo Horizonte (BH).
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