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Polícia Civil prende autor de duplo homicídio em frente a lava-jato na região central de Campo Grande

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Policiais civis da 5ª Delegacia e do Grupo de Operações e Investigações – GOI prenderam na tarde de hoje (28), o autor do duplo homicídio ocorrido no dia 27 de maio, em frente a um lava jato, na avenida das Bandeiras, em Campo Grande

Naquele dia, Luiz da Conceição Tierre e Adriano Medeiros Pereira foram mortos ao serem atingidos por disparos de arma de fogo. Os trabalhos de investigação apontaram que Luiz Tierri era a vítima visada pelo executor que na ânsia de tirar a vida desse agente não titubeou em efetuar disparos em direção à Avenida das Bandeiras, local de intenso tráfego de pessoas, vindo a matar Adriano.

Dentre as testemunhas angariadas no local, os policiais identificaram uma mulher que mantinha um relacionamento amoroso com Luiz.

Ela havia pernoitado com a vítima no lava-jato e, ao ouvir os disparos, saiu do interior do estabelecimento comercial e tentou evitar que o autor, que trajava um boné, camiseta vermelha, calça comprida e utilizava uma máscara que lhe tapava apenas a boca, terminasse a execução.

Diligências imediatamente encetadas apontaram que a testemunha saberia quem era o autor, apesar da sua negativa.

Os policiais apuraram, assim, que a pessoa com quem a testemunha havia convivido por 9 anos possuía características físicas semelhantes às do autor do duplo homicídio.

Da Investigação

Entrevistadas testemunhas e analisadas as imagens captadas por câmera de segurança instalada nas imediações, identificou-se que o autor chegou ao local e efetuou um disparo contra Luiz Tierre.

Após ser ferido no pátio do lava-jato, este correu em direção à rua. Todavia, o autor passou a efetuar outros disparos contra a vítima, os quais, além de um automóvel, acertaram Adriano, que passava de motocicleta pelo local.

Após correr por alguns metros Luiz caiu ao chão da Avenida das Bandeiras, momento em que o autor veio ao seu encontro e efetuou um disparo a curta distância contra a cabeça da vítima.

Referente a Adriano, tratava-se de um eletricista que após deixar a sua esposa no trabalho seguia para uma obra onde era empregado.

Os policiais realizaram buscas nos dias 21 e 22 de maio visando identificar o paradeiro do ex-convivente da testemunha, porém ele havia deixado o imóvel que habitava. Na tarde do dia 31 ele foi encontrado, tendo exposto que gostaria de se pronunciar sobre o caso.

Ao ser interrogado, sendo indiciado por duplo homicídio qualificado, ele confessou ter sido o autor dos disparos, e alegou que assim agiu por estar sendo ameaçado por Luiz que estaria com ciúmes da testemunha.

Foi sustentado pelo autor, igualmente, que o crime não havia sido planejado e que a arma de fogo por ele utilizada, um revólver calibre .38, após os crimes foi lançada no córrego que permeia a Avenida Ernesto Geisel.

Sobre a alegação de não premeditação do crime, o autor alegou que no dia dos fatos resolveu vender o revólver e, por acaso, ao passar defronte ao lava-jato visualizou Luiz, momento em que tomado por ira efetuou os disparos.

Igualmente, o autor sustentou que não visava matar Adriano e, referente ao disparo efetuado contra a cabeça de Luiz no momento em que essa vítima encontrava-se caída ao solo, suscitou que assim agiu por medo de vingança, acaso ela sobrevivesse.

Contudo, as diligências realizadas pela Polícia Civil demonstraram que o autor premeditou o crime, encontrando-se de campana nas proximidades do lava-jato, aguardando a saída da vítima do local.

Da Prisão

Diante desse quadro, foi representado pela decretação da Prisão Preventiva do autor, pleito deferido pelo Poder Judiciário. Contudo, após confessar o crime, o autor se evadiu, passando a ser realizadas diligências para identificar o seu paradeiro.

No início da tarde desta terça-feira (28) foi identificado que o autor encontrava-se escondido em uma chácara, ocasião em que uma equipe do GOI deslocou-se para o local. Ao visualizar os policiais o autor adentrou ao imóvel e pegou uma arma de fogo (o revólver calibre 38 utilizado para cometer o duplo homicídio).

A filha do autor, uma criança de 8 anos, ao ver o seu pai portando o revólver começou a gritar para ele soltar a arma de fogo.

Assim, o autor jogou a arma no chão, momento em que foi preso pelos policiais.

Além de ser preso em razão de mandado de Prisão Preventiva, o autor foi autuado em flagrante por porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, uma vez que o revólver, municiado, encontra-se com a sua numeração identificadora adulterada.

Não obstante a prisão, as investigações continuam visando descortinar se o caso se tratou de homicídio ou latrocínio, uma vez que há informações de que o proprietário do lava-jato, na noite anterior a sua morte, havia recebido R$ 60.000,00 em espécie, numerário que não foi encontrado.

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