Prisão do ex-ministro Milton Ribeiro mostra que é um erro misturar religião e política eleitoral
A prisão do ex-ministro Milton Ribeiro na manhã dessa quarta-feira (22), juntamente com os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, suspeitos de facilitar a liberação de recursos da Educação em troca de propina, coloca em evidência o problema da associação entre política e religião na vida pública brasileira.
Fenômeno que se acentuou na última década no Brasil, as religiões vêm se dedicando a eleger representantes para os legislativos municipais, estaduais e federal, como forma de ocupar espaço na cena política do país.
Esse processo se acentuou de tal forma que a indicação do Ministro André Mendonça para o Supremo Tribunal Federal foi baseada no atributo “terrivelmente evangélico” do ministro.
O engajamento político eleitoral das igrejas deveria resultar em melhoria nos valores morais na política brasileira na medida em que as religiões se ocupam em doutrinar seus fiéis para uma vida em sintonia com o bem comum.
Nesse sentido, eleger pessoas intimamente ligadas às igrejas poderia contribuir para diminuir a corrupção na política brasileira, uma vez que as doutrinas religiosas não se coadunam com a corrupção.
Entretanto, a prisão do ex-ministro juntamente com os pastores, assim como em muitos outros casos semelhantes, comprova que a expectativa não se confirma.
Ao contrário, a vinculação entre as igrejas e a política eleitoral tem resultado em escândalos de corrupção cada vez maiores, que desgastam as igrejas porque envolvem pessoas apresentadas e recomendadas por elas.
Na medida em que representantes de igrejas se envolvem em escândalos, vinculam as denominações nas quais participam, maculando por inteiro o segmento que os elegeram.
Redação Bisbilho MS
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