O ex-governador Zeca do PT anunciou sua desistência na disputa para o governo do estado nas eleições deste ano. Alegando problemas de saúde, José Orcírio comunicou oficialmente que não disputará a eleição para governador.

Com sua desistência, a campanha do Partido dos Trabalhadores em Mato Grosso do Sul sofre um duro golpe, uma vez que o ex-presidente Lula aparece com mais de 30% de intenção de votos nas pesquisas eleitorais no estado, mas sem um candidato competitivo para transferir votos.

Em virtude da longa trajetória política juntos, Lula conseguiria transferir uma parte significativa de seus votos para Zeca, inclusive porque a administração realizada pelo ex-governador assemelhou-se muito com o governo social de Lula.

Não sendo Zeca o candidato, essa transferência não ocorrerá com facilidade pois o voto de Lula é um voto pessoal e não do Partido dos Trabalhadores.

Ao contrário, a marca PT retira votos de Lula, que ciente disso foi buscar o ex-governador Geraldo Alckmin para ser o seu Vice e amenizar a alta rejeição do Partido dos Trabalhadores.

Além de Alckmin, Lula se empenhou também na formação da federação com o Partido Verde e o PCdoB para ampliar a sua base política em direção aos eleitores de centro.

Caminhando em direção oposta, o PT de Mato Grosso do Sul ao ser surpreendido com a desistência de Zeca do PT, lançou a advogada Gisele Marques como pré-candidata ao governo do estado, juntamente com o professor Thiago Botelho, de Dourados, como candidato ao senado.

Ou seja, decidiu não ampliar sua própria base, lançando candidatos petistas desconhecidos pelo eleitorado sul-mato-grossense, que não empolgam os eleitores de esquerda e que não conseguirão transferir os votos de Lula.

Diferente de Lula, com sua grande habilidade política, os dirigentes petistas do estado demonstram total falta de visão política, que pode levar a um grande fracasso nas eleições estaduais deste ano.