Troca-troca partidário retrata a falta de princípios da política brasileira
O prazo para a janela partidária se encerrou no dia 1º de abril e praticamente 25% (vinte e cinco por cento) dos deputados federais mudaram de partido. E nos estados, as mudanças foram na mesma proporção.
A maioria esmagadora das mudanças partidárias foram motivadas por questões meramente eleitorais, nada tendo a ver com concepções programáticas ou ideológicas.
Em outras palavras, os parlamentares trocaram de partido buscando aumentar as possibilidades de se reeleger, não se importando com as ideias e propostas defendidas pelas agremiações nas quais ingressaram.
Os partidos do Centrão foram os que mais se beneficiaram com as mudanças, tendo o PL recebido o maior número de parlamentares que deixaram o recém-criado União Brasil para seguir o Presidente Bolsonaro.
Aliás, esse também é outro componente importante a influenciar o troca-troca partidário: o desejo de ficar à sobra do poder e garantir as benesses que os governos proporcionam.
Nesse cenário, os partidos políticos definham, uma vez que existem para reunir pessoas com ideias e propostas semelhantes a serem implementadas em benefício da sociedade, de modo que juntas potencializariam as chances de sucesso.
Como o ingresso não se dá pela similaridade das ideias, mas sim por puro oportunismo, os partidos desmoralizam-se cada vez mais perante a sociedade, haja vista que seus parlamentares não têm qualquer comprometimento com seu estatuto.
E para piorar, o eleitor em geral não consegue perceber que a filiação partidária é um instrumento importante para desvendar o que passa pela cabeça do parlamentar e simplesmente ignora esse importante componente.
Se prestasse atenção aos partidos políticos e aos seus programas, e, também rejeitasse aqueles que trocam de partido como quem troca de roupa, ajudariam a fortalecer a tão combalida democracia brasileira.
Antônio Carlos Nóbrega (Economista / e-mail: antocarnobrega@gmail.com)
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