Telas de pintora sul-mato-grossense farão parte de exposição do movimento modernista
Cinco telas em mostra coletiva a partir de amanhã, em São Paulo, e programação multilinguagens, em Campo Grande, reforçam legado do movimento modernista
Lançado recentemente, o livro-almanaque “1922 – Cenas de Um Ano Turbulento”, do resenhista e ficcionista policial inglês Nick Rennison, passa batido pela Semana de Arte Moderna que tomou conta de São Paulo, com eventos no Teatro Municipal de 13 a 17 de fevereiro daquele ano, que marcaram o rompimento com as expressões artísticas tradicionais.
Duas iniciativas marcam uma tangente sul-mato-grossense na celebração dos cem anos do movimento liderado Oswald e Mário de Andrade, Tarsila do Amaral, Anita Malfatti e Villa-Lobos, entre outros.
A partir de amanhã, cinco obras da pintora corumbaense Lídia Baís (1901-1985) pertencentes ao acervo do Museu de Arte Contemporânea (Marco) vão fazer parte da exposição “Raio-que-o-parta: Ficções do Moderno no Brasil”, no Sesc 24 de Maio, em São Paulo, como parte da programação “Diversos 22 – Projetos, Memórias, conexões”. A mostra vai até o dia 7 de agosto.
E nesta sexta-feira o Sesc Cultura, em Campo Grande, abre a sua programação, com acesso gratuito, com ações para o público adulto e também para o infantojuvenil.
A fachada do Sesc Cultura receberá a projeção de um videomapping criado pelo artista plástico Rafael Mareco na abertura, às 18h30min. Em seguida, às 19 horas, o ator Fernando Lopes declamará o poema “Os Sapos”, de Manoel Bandeira.
Às 19h30min, acontecerá o concerto sinfônico “Semana de 22”, com a Orquestra Sinfônica Municipal de Campo Grande, dirigida pelo maestro Eduardo Martinelli, regida pelo maestro Rodrigo Faleiros, com a presença da soprano Elouise Miranda, nas peças de Villa-Lobos.
As apresentações, em caráter de intervenção artística, serão realizadas ao ar livre, possibilitando a interação do público que estiver transitando próximo ao local do concerto.
O repertório contará com peças de compositores que se destacaram nesse movimento artístico nacionalista, como Heitor Villa-Lobos (considerado o compositor emblemático da Semana de 1922), Frutuoso Viana, Mário de Andrade e ainda outros que posteriormente foram influenciados pela essência do movimento.
CRIANÇAS
No sábado (12), às 15 horas, o Sesc Arte para Crianças ofertará oficina de pintura presencial usando a arte de Anita Malfatti. Contará com muita expressão e cor, e a criançada vai fazer um autorretrato no estilo das pinturas de Anita. Para participar, é preciso levar tinta guache, pincel e um pedaço grande de papelão.
A atividade é voltada para crianças com idade entre 5 e 12 anos, e é preciso que estejam acompanhadas de um responsável. Às 16h30min, Kely Guavira contará a historinha “Seu Tempo”, sobre a artista plástica Anita Malfatti.
MAIS POESIA
O “Sarau Literário da Poesia Desvairada”, conduzido pelo coletivo de escritores Tarja Preta, está programado para 18h.
Haverá declamações, venda de livros e um passeio sonoro com o Duo Ana Cabral & Amaral Júnior, com músicas que aludem à Semana de 22 e às obras de outros compositores influenciados pelo movimento modernista.
Entre eles, Villa-Lobos, Chiquinha Gonzaga, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Tom Jobim, Vinícius de Moraes, Chico Buarque.
DJANIRA “O Tocador de Pífano” (1961-1970), guache sobre papel – Divulgação
CAFÉ E BATE-PAPO
No dia 15, terça-feira, a programação retornará a partir das 14h30min. Um cardápio temático será vendido no espaço do Café 1922, onde será possível curtir e dançar músicas que marcaram aquela década. Na quarta-feira (16), às 14 horas, haverá a exposição fotográfica “100 anos da Semana de Arte Moderna de 1922”.