Alegando dificuldades financeiras, Hospital do Câncer Alfredo Abrão clama por socorro durante audiência pública
Um déficit de R$ 777 mil por mês no orçamento. Esse é o montante que representantes do Hospital do Câncer Alfredo Abrão, que participaram de uma audiência pública realizada na manhã desta segunda-feira (6), na Câmara Municipal de Campo Grande, alegaram ter em relação às despesas.
Devido às dificuldades financeiras apresentadas, a unidade que é referência no tratamento oncológico de Mato Grosso do Sul tem atendido somente pacientes que já estão em tratamento, e não tem recebido novas demandas, segundo informou, o coordenador administrativo da unidade, Amilton Alvarenga.
Ele explicou que devido os problemas existentes, o hospital teve de devolver para o Sistema de Regulação, encaminhamentos de pessoas que aguardam por atendimento médico no hospital.
“O Hospital do Câncer não parou de trabalhar. Ele devolveu os pacientes agendados para o Sistema de Regulação para que ele encaminhe esse paciente para outro serviço até que o HC consiga garantir a segurança necessária ao paciente. Se eu trouxer um paciente para o hospital sem garantir a ele sua necessidade, estaríamos sendo injustos com o paciente, tirando a oportunidade de ir a outro serviço que esteja em um momento melhor”, afirmou.
Outro ponto destacado pelo coordenador administrativo foi em relação ao quadro efetivo de pessoas que prestam atendimento aos pacientes. O hospital, segundo apresentado, conta com 422 funcionários e 75 médicos contratados. Valor que consome parte do repasse recebido.
Já o vereador Dr. Victor Rocha destacou a urgência de um diagnóstico precoce. “Sabemos que o câncer, quanto mais precoce for o diagnóstico e o início do tratamento, maiores são as chances de cura. Imagine uma paciente que tenha feio uma biópsia de mama, ou um paciente de próstata, e eventualmente venha um resultado positivo para a malignidade. Esse paciente precisa ter uma garantia desse atendimento”, ressaltou.
Durante as falas, o presidente da Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos de Mato Grosso do Sul, Ivandro Fonseca, enfatizou que a luta é de todos.
“Temos um problema crônico, e temos que colocar o dedo nesse câncer que está matando muitos brasileiros na fila de espera. Esse câncer se chama defasagem da tabela SUS. Ela não sofre reajuste há mais de 25 anos, praticamente desde que foi criado o Sistema Único de Saúde nesse país”, disse durante a audiência.
Redação Bisbilho MS
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