Prefeitura inicia reassentamento de famílias que moram às margens do rio Anhanduí
A Prefeitura de Campo Grande iniciou na última sexta-feira (12) o reassentamento das primeiras das 100 famílias da Comunidade Lagoa, uma ocupação às margens do Rio Anhanduí, no Jardim Colorado. A Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários providenciou a mudança para uma área no Portal Caiobá, região urbana do Lagoa. Lá elas receberão lotes de 200 metros quadrados, num parcelamento onde estarão livres do risco de alagamentos que ocorriam às margens do rio quando chovia.
Os técnicos da Amhasf já fizeram o cadastro, identificando perfil e as necessidades de cada família. Elas pagarão pelo lote no Portal Caiobá, prestações fixadas em 10% do salário mínimo vigente à época da assinatura do contrato e poderão parcelar o valor social do lote em até 300 meses (30 anos).
Para Rosana do Amaral Molas, 44 anos, mãe de 3 filhos adolescentes, não ter água potável e viver sob o risco de ligações clandestinas de energia elétrica era difícil de suportar. “Por causa da falta de saneamento naquele local, as crianças sofriam muito com diarreia e vômitos. Quando chovia, era só lama, muito barro, uma dificuldade tremenda”, explicou a moradora.
Há 5 anos ocupante da área de risco, após o reassentamento promovido pela Prefeitura, agora a família da Rosana poderá ter acesso a uma moradia digna. “Tem pessoas na ocupação que estavam ali há mais de 17, 20 anos. Quando eu vi o lote pela primeira vez, eu amei, é do jeito que eu sonhava. Graças a Deus, poderemos viver com dignidade, no nosso cantinho e poderemos construir a nossa casinha do jeito que a gente quer”, complementou.
Já de acordo com Rosimeire Rodrigues da Paz, 40 anos, mãe de um menino de 11 anos, a felicidade é tão grande que mal conseguia explicar. “Estou muito feliz. Foi um tempo de espera muito grande porque há 12 anos estávamos morando na ocupação ao lado do córrego. É um sonho que está se realizando”, comemorou.
Além do medo dos alagamentos em dias de chuva na ocupação do Lagoa, Rosimeire deixou para trás as condições insalubres de saúde precária, a falta de um endereço digno para informar ao atendimento nos postos de saúde e as ligações clandestinas dos serviços essenciais. “A gente vai poder dormir sossegado. Poderemos acordar na nossa casinha. Agora a gente é gente”, finalizou.
Débora Cristina de Almeida dos Santos, 26 anos, é mãe de 3 filhos: Maria tem 8, Alexandro está com 5 e Gael é bebezinho de 6 meses. Para a moradora da comunidade do Lagoa, viver na ocupação irregular no lado do córrego nos dias de chuva era um verdadeiro pesadelo. “A gente morria de medo das enchentes. Não havia ligação legalizada de água e luz, era tudo gato, um perigo”.
Agora, Débora e sua família já estão em fase de reassentamento e fazem planos para construir a nova casa. “Quando vimos o novo terreno eu amei. Só de pensar que poderemos construir a nossa casinha e ter a certeza de que dali ninguém nos tira é uma bênção de Deus nas nossas vidas”.
No processo do reassentamento, houve a preocupação de manter os núcleos familiares próximos dentro do loteamento. Mães e filhas que já têm netos continuarão vizinhas. O reassentamento ocorre 3 meses após o cadastro social.
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