Aparelho celular, uma poderosa arma contra Putin e seus soldados
A guerra na Ucrânia chega ao seu 48º dia com um saldo de milhares de mortos, refugiados, e cidades inteiras destruídas.
O Presidente russo Vladimir Putin junto com seus assessores cometeu um grave erro de avaliação ao invadir o país imaginando que seria uma ocupação rápida e tranquila.
Traçaram um planejamento considerando que o ator presidente, Volodymyr Zelensky, fugiria ao sinal do perigo iminente, mas as coisas não transcorreram dessa forma, e o presidente que parecia fraco e perdido se transformou em líder da resistência dos ucranianos.
Agora, após encontrar forte resistência dos ucranianos e perceber que não conseguiriam tomar Kiev, os russos alteraram seus planos e passaram a concentrar forças no leste da Ucrânia na província de Donbass.
O fracasso de Putin pode ser creditado a uma série de fatores que se somam e ajudam a potencializar o resultado expressivo até agora.
Mas um deles, singelo e aparentemente inofensivo, tem sido uma dor de cabeça para as forças russas e diz respeito à utilização das tecnologias que estão disponíveis à todas as pessoas como o aparelho celular e seus aplicativos.
Os russos perderam centenas de tanques e milhares de equipamentos até agora, e um dos fatores que explica essas perdas são os celulares dos ucranianos.
As forças ucranianas estimularam a população a se comunicar via aplicativos de celular denunciando onde as forças russas se localizam, e, com isso, vem conseguindo emboscar os blindados e caminhões russos, destruindo-os.
Isso explica (mas não justifica, claro) o assassinato de civis por parte dos soldados russos que percebem em torno de si um inimigo poderoso e silencioso.
Os generais de Putin não contavam com essas possibilidades decorrentes das tecnologias atuais existentes em países mais estruturados como a Ucrânia, diferentemente do que ainda ocorre na África e Oriente Médio.
Com a população auxiliando a localizar os blindados e veículos russos, juntamente com o armamento fornecido pelos americanos, ingleses, franceses, entre outros, as forças ucranianas conseguem impor severas baixas às tropas invasoras, que sem alternativa segura, se preparam para uma ofensiva no Leste em busca de uma vitória de consolação.
Mas essa vitória de consolação também não será fácil. Os conflitos ocorrem naquela região desde 2014, mas agora, os ucranianos estão com a moral elevada e dispostos a tudo para expulsar os invasores. Tomara que coloquem os russos para correr.
Antônio Carlos Nóbrega (Economista / e-mail: antocarnobrega@gmail.com)
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